quinta-feira, 21 de julho de 2016

A IMPORTÂNCIA DA IMAGINAÇÃO

empurro meu mundo para o mundo
a vida é seca e finge ser molhada
colo a minha boca nessa fonte
e perco os dentes
bebo areia imaginando sumos
é preciso imaginar tudo
se quiser o mundo

segunda-feira, 18 de julho de 2016

VENTO

as plantas se movem
independente do vento
eu não me movo sem o vento
ele empurra o meu pulmão
para fora para dentro
o pulmão empurra o oxigênio
para o meu sangue
que empurra o meu corpo
para não sei qual direção
talvez para onde
nos tornamos vento

terça-feira, 12 de julho de 2016

VIVER DE RENDAS

POEMA DE MAÍRA PINHEIRO:

VIVER DE RENDAS

Ele queria que eu vivesse de rendas:
Da renda da minha calcinha.
Resolvi viver aprendendo:
Aprendi números, aprendi letras.
Aprendi que um homem
Que não enxerga uma mulher
Não forma um nome.



San Francisco (EUA), 1981.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

QUANDO DERRUBARAM O IPÊ

poesia não dá em árvores
descobri quando derrubaram o ipê
entre as raízes e a terra aqui e ali
fragmentos da poesia
não ficou claro se estava na terra ou nas raízes
na dúvida
o passarinho se encosta no tronco pendurado no galho
e tenta traduzir cantando



terça-feira, 5 de julho de 2016

VELÓRIO

o poema que eu estava procurando
foi encontrado morto                       
inerte
rente ao solo
não movia uma palavra
nem havia ponto final
apenas reticências
velo o seu corpo
mas não consigo permanecer em silêncio


POLO


independente do que aconteça durante o verão
a geladeira gela ao mesmo tempo em que o polo norte
e a bursite me impede de alcançar
a minha estrela preferida
fotografo mas não retrato a sua face exata
fica apenas uma mancha branca
sobre o fundo azul
melhor desenhar a estrela com giz num quadro negro
e representar o meu alcance com um abraço


sexta-feira, 1 de julho de 2016

PEDRAS

pensamentos são como pedras
quando a maré chega só leva os grãos
por isso não pense
seja um grão 
e espere a maré voltar


O PASSADO

 O OP OPA OPAS OPASS OPASSA OPASSAD OPASSADO O PASSADO OPASSADO PASSADO ASSADO SSADO SADO ADO DO O