quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

sábado, 17 de novembro de 2007

a flor da pele e seus laços
nenhum arbusto é calmo
toda folha tem seu fim
é vasto o segredo de um abraço
há lábios
pulsos vários
poços inúteis
desenlaces
mesmo assim
não deixe para o fim
ângulo raso

daí não dá pra ver meu rosto
a poesia escorre pela face
onde termino onde começo
esse é o meu disfarce

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

poema da libertação

não sinto o que quero
sinto que não quero sentir

quem me morde
não me marca
nem me mastiga
sequer me engole

quero que me esqueçam
necessito que me esqueçam
mas o que me cala
crava minha sombra
na palavra
VANINA



suicidou-se no meu banheiro
onde não havia espelhos
não viu o que fez
nem as dores
que o espelho sente
quando reflete

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

guarda-chuva

sobre as nossas cabeças
nuvens de concreto
formas diferentes em cada ângulo
carneirinhos pulando raios
sonho acordado de bailarina
abro o guarda-chuva sem pressa
deixo a primavera fugir
meu corpo me orienta
enquanto chovo
pessoas são poças
onde posso existir

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

FAXINA

deu-se que deus
me deu o dom da
blasfêmia

declinei
prefiro jogá-lo sob o tapete
como faço com todas as
coisas sujas que
encontro pela casa

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

INDIFERENÇA




tive que tossir

para que você percebesse
meu cadáver na sala

você foi à cozinha

e trouxe o xarope

sábado, 27 de outubro de 2007

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

VISITA

só visito a casa da poesia
na hora errada
ou ela está digerindo silêncios
ou saiu pra caçar palavras

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

esse poema é de NICOLAS BEHR

PEREGRINO DO ESTRANHO

no início vai sair sangue muito sangue
no inicio vai doer
depois não vai doer mais não
no início você vai sofrer
- aliás você está aqui pra que? -
no início você vai se desesperar
depois não vai se desesperar
mais não
no início você vai querer
morrer
depois não vai querer morrer
mais não
esse é antigo (1981) mas sempre fez (faz) sucesso

poema de amor no.4329

querida a
etiqueta do teu sutiã
tá suja de
sangue

terça-feira, 23 de outubro de 2007

EPITÁFIO


eu não tinha aonde me meter
agora tenho
eu não tinha onde meter
agora tenho
eu não tinha onde me ter
agora tenho
eu não tinha o que dizer
agora tenho

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

esse poema é de fatinha rego barros

ilusão

risco a dor



CASAMENTO

alguém pra coçar as costas

GENUFLEXORIO


o cu de deus não tem pregas
é difuso qual minha alma
por este motivo
redireciono meu pênis
à escrita
e esporro palavras
como setas

quinto canto do mundo

O quinto canto do mundo
é a poesia, claro
TODA POESIA QUE ME INTERESSE SERÁ PUBLICADA NESTE ESPAÇO
OU ALGO QUE SE APROXIME DA POESIA
OU ALGO QUE SE AFASTE (UM POUCO)

DEPOIS QUE MORREM

  sei para onde vão as mães depois que morrem a saudade forma um túnel e a luz que vem em sentido contrário as transformam em cinz...