gota submersa
corpo que não quero
ocupa o vário caminho
peço desculpas milimétricas
troco chaves de palavras
varo fugas de raspão
chego em fúria
quero tanto que não falo
mais teria se coubesse
amestro o grito sem perdas
amordaço o tempo sem mandíbulas
o mundo avança em minha boca escancarada
expulso o fruto sem caroço
arrebento em flores sob a terra
eu deveria ser paredes de perfume
porém o chão não tem culpa do alicerce
verto em sins o que não pedes
amputo os braços da ternura
por dentro encontrarás um abraço
num corpo deserto
alma camuflada de miragem
quinta-feira, 28 de maio de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
COMO FAZER UM POEMA
primeiro sinta
depois minta
se estiver amando
espere a paixão passar
se estiver com ódio
espere a raiva passar
se estiver feliz
espere a alegria passar
procure uma palavra
com o som parecido
com a que você pretende utilizar
depois faça o mesmo com a outra
depois com a outra
depois com a outra
se o poema tiver
algum sentido
qualquer um dos cinco
prefira o sexto
depois minta
se estiver amando
espere a paixão passar
se estiver com ódio
espere a raiva passar
se estiver feliz
espere a alegria passar
procure uma palavra
com o som parecido
com a que você pretende utilizar
depois faça o mesmo com a outra
depois com a outra
depois com a outra
se o poema tiver
algum sentido
qualquer um dos cinco
prefira o sexto
sexta-feira, 22 de maio de 2009
ODE AMOR
para Si
do amor que eu sentia
e guardei durante
toda a minha vida
não sobrou nem a janela
onde eu te esperava
a casa foi demolida
do amor que me prendia à janela
do tempo aprisionado na gaiola
da migalha atravessada pelo silêncio
da palavra enraizada na distância
pele que despetalha
pelo que desespelo
falo que disclara
do fim que nunca esfero
para Si
do amor que eu sentia
e guardei durante
toda a minha vida
não sobrou nem a janela
onde eu te esperava
a casa foi demolida
do amor que me prendia à janela
do tempo aprisionado na gaiola
da migalha atravessada pelo silêncio
da palavra enraizada na distância
pele que despetalha
pelo que desespelo
falo que disclara
do fim que nunca esfero
quinta-feira, 21 de maio de 2009
poema de FATINHA REGO BARROS
FALE SER
A QUEM POSSA
QUERER ENTENDER
O QUE O POETA SENTE
PARA PODER SENTIR
O QUE NÃO DESFALECE
A QUEM POSSA
QUERER ENTENDER
O QUE O POETA SENTE
PARA PODER SENTIR
O QUE NÃO DESFALECE
segunda-feira, 18 de maio de 2009
COLEIRA DO MUNDO
nem quero saber se estão
vendo o que estou sentindo
voar é o começo do sim
roço as asas no que minto
amarro com sangue
onde nunca cheguei
pouso na palma do não
nem quero saber
se estou vendo
importa que o mundo
me sinta ao redor
vendo o que estou sentindo
voar é o começo do sim
roço as asas no que minto
amarro com sangue
onde nunca cheguei
pouso na palma do não
nem quero saber
se estou vendo
importa que o mundo
me sinta ao redor
terça-feira, 12 de maio de 2009
MADRUGAL
insone
busco no músculo
um sonho um siso
o suor das horas
e o meu
saem do mesmo poro
deploro o sol
que se esconde
em minha fronte
entre os seus dentes
a luz me quer
mastigado abraço
amanheço
busco no músculo
um sonho um siso
o suor das horas
e o meu
saem do mesmo poro
deploro o sol
que se esconde
em minha fronte
entre os seus dentes
a luz me quer
mastigado abraço
amanheço
domingo, 10 de maio de 2009
a quem interessar posse
nada é meu
meu sorriso
viajou no olhar de outrem
meu olhar perdido na paisagem
não mudou a paisagem
nada é meu
esse poema
é a leitura de alguém
meu sorriso
viajou no olhar de outrem
meu olhar perdido na paisagem
não mudou a paisagem
nada é meu
esse poema
é a leitura de alguém
sexta-feira, 8 de maio de 2009
bebendo nuvens
desprovido de equilíbrio
engulo pernas
arroto caminhos
esqueço a terra
pouca coisa me embriaga
a nuvem é uma delas
com a mão sobre o seu ombro
um amigo que abraçamos
não deixa tantas marcas
suporto o mundo
com os músculos
que a nuvem provoca
engulo pernas
arroto caminhos
esqueço a terra
pouca coisa me embriaga
a nuvem é uma delas
com a mão sobre o seu ombro
um amigo que abraçamos
não deixa tantas marcas
suporto o mundo
com os músculos
que a nuvem provoca
quarta-feira, 6 de maio de 2009
BOLETIM
os sentimentos me intubaram
não há remédio
o amor a dois palmos
dos braços de chumbo
a tristeza embutida
no peito inviolável
o amargo planar
da alegria sem asas
constantes fisgadas
na altura da alma amputada
os sentimentos me intubaram
viver não tem cura
não há remédio
o amor a dois palmos
dos braços de chumbo
a tristeza embutida
no peito inviolável
o amargo planar
da alegria sem asas
constantes fisgadas
na altura da alma amputada
os sentimentos me intubaram
viver não tem cura
POÇO DE PELE
com a caligrafia
do meu corpo
me entranho
na página do teu sonho
me despejo em palavras
escritas com pelos
artérias e gozos
não te curvo mais
até o som se abrir
em dois em dias
não te cavo mais
a minha pele
enquanto for a tua
adia o teu chão
onde não me caibo
do meu corpo
me entranho
na página do teu sonho
me despejo em palavras
escritas com pelos
artérias e gozos
não te curvo mais
até o som se abrir
em dois em dias
não te cavo mais
a minha pele
enquanto for a tua
adia o teu chão
onde não me caibo
sábado, 2 de maio de 2009
Assinar:
Postagens (Atom)
FOLHAS SOLTAS
raramente grampeio as páginas deixo as folhas soltas espero o vento quem sabe palavras venham junto
-
minha baixa imunidade não me permite tocar as palavras esse meu silêncio pelo que me lembro antecipa meus ossos gostaria de ve...
-
a lua ao fundo antes da lua a árvore com seu vestido verde e sapatos escuros entre os cabelos da árvore a lua ao fundo ou a ...
-
para o amor não sei quantas pessoas para a dor mais ainda não sei contar para outras coisas mas sei que são muitas