NÁUSEA DO DROGADO
A poesia não me faz bem
Mas quando durmo tudo passa
Como se o sonho
Embebesse a poesia em pranto
Que pertencesse à outra face
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
saudades de joão sebastião
quando olho no jardim
um cravo
lembro de Bach e
do bar onde ficávamos
e que os franceses
insistem em chamar
café les deux magots
falávamos do som
de Arrigo e
enjoávamos facilmente
do modo como
o avião oscilava
mas conformados pois
a lucidez sempre
estava ali
no bolso prestes
a ser roubada
em qualquer esquina
um cravo
lembro de Bach e
do bar onde ficávamos
e que os franceses
insistem em chamar
café les deux magots
falávamos do som
de Arrigo e
enjoávamos facilmente
do modo como
o avião oscilava
mas conformados pois
a lucidez sempre
estava ali
no bolso prestes
a ser roubada
em qualquer esquina
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
CIRCUNSTÂNCIAS, FUMAÇAS, ETC...
o poderoso encontro
do silêncio era fumaça
sonho ouro
mas não passa
da minha cabeça
sempre fui muitos
diminuído
sinto-me outros
quero apenas quem
tem a porta da
ferida e a chave
à face do outro
ofereço-me
POEMA DE SAMANTHA ABREU
MINHA ÚLTIMA GUERRA
Da minha janela,
todo o espaço que é mundo
(lá daquele canto até o outro),
não me cabe.
Meu peito,
inchado,
está ativando os pinos
de um campo minado.
Dentro de mim
começou a última guerra.
Samantha Abreu
Da minha janela,
todo o espaço que é mundo
(lá daquele canto até o outro),
não me cabe.
Meu peito,
inchado,
está ativando os pinos
de um campo minado.
Dentro de mim
começou a última guerra.
Samantha Abreu
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
POEMA DE FRANKLIN JORGE
Apenas um madrigal
Liberto da cueca
os culhões ao vento.
Escovo os dentes
mais por hábito
que por higiene e,
enquanto a água tépida
escorre da torneira
com a mão esquerda
esfolo o meu pênis.
Liberto da cueca
os culhões ao vento.
Escovo os dentes
mais por hábito
que por higiene e,
enquanto a água tépida
escorre da torneira
com a mão esquerda
esfolo o meu pênis.
Paisagem sem vidro
A poesia cortou a alameda
Pousou nas duas pontas
Depois nas margaridas
Depois na amoreira
A sombra do seu canto
Iluminou a varanda
Pensei ter visto um passarinho
E nem era eu sozinho
Pensei ter visto uma flor alada
E nem era a minha namorada
A poesia fez a curva
E se desfez de mim
A poesia cortou a alameda
Pousou nas duas pontas
Depois nas margaridas
Depois na amoreira
A sombra do seu canto
Iluminou a varanda
Pensei ter visto um passarinho
E nem era eu sozinho
Pensei ter visto uma flor alada
E nem era a minha namorada
A poesia fez a curva
E se desfez de mim
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
terça-feira, 13 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
POEMA INÉDITO DE GERUSA LEAL
Menos mal
Não se meta comigo - ela disse
e maldisse o sorriso sensual
que lhe deu quando o viu sem camiseta.
É que não conhecia-lhe a faceta
que depois, sem mais tudo descobriu.
Quis mandar-lhe pra onde já se viu,
quis mas era mister reconhecer-se
nunca fora amada como tal.
Menos mal se o amor dele foi desses
que a mandado nenhum obedecesse,
ele disse - morena, não faz onda,
e meteu-se, sussurando em seu ouvido:
minha flor, no amor tudo é normal.
Gerusa Leal
Não se meta comigo - ela disse
e maldisse o sorriso sensual
que lhe deu quando o viu sem camiseta.
É que não conhecia-lhe a faceta
que depois, sem mais tudo descobriu.
Quis mandar-lhe pra onde já se viu,
quis mas era mister reconhecer-se
nunca fora amada como tal.
Menos mal se o amor dele foi desses
que a mandado nenhum obedecesse,
ele disse - morena, não faz onda,
e meteu-se, sussurando em seu ouvido:
minha flor, no amor tudo é normal.
Gerusa Leal
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
CANTILENA
não sou dado a discursos
nem às discussôes
ouvi em silêncio a cantilena
a nudez das pessoas não me toca
muito menos das palavras
desfilaram nuas bem próximas
em resumo dizendo que eu nunca a amei
chorei copiosamente
sem soluços
a verdade sempre me comoveu
nem às discussôes
ouvi em silêncio a cantilena
a nudez das pessoas não me toca
muito menos das palavras
desfilaram nuas bem próximas
em resumo dizendo que eu nunca a amei
chorei copiosamente
sem soluços
a verdade sempre me comoveu
TRÊS CARTAS EM MÃOS
CARTA PRIMEIRA
diante do medo
meu sentimento é outro
quem já esteve diante da morte
sabe do que estou falando
a morte não tem face
mesmo assim ela te encara
olho no olho
e você não tem a quem desmascarar
por isso meu amigo
quando a morte vier
não tenha medo
abra bem os olhos
para outros sentimentos
e continue a dormir
CARTA SEGUNDA
se pudéssemos
representar graficamente o tempo
ele teria a forma de um não
não este não comum
redondo
que te impede
mas o não vasto
que te bifurca
e te empurra
em direção ao sim
que não procuras
CARTA TERCEIRA
com aquela proposição deísta
não descartei Descartes
a dúvida de Deus é o seu vir-a-ser e, não sendo, não pode ser
passada a dúvida
Deus torna-se pensamento ou sentimento
a dúvida de Deus confunde-se com a do homem
afinal, segundo as escrituras,
este não é feito à sua imagem e semelhança?
ou o pensamento e o sentimento
possuem outro significado no plano divino?
que imagem e semelhança é essa
sem a aflição e a angústia da dúvida?
somos consequência da dúvida de Deus
ou Deus é a causa da nossa dúvida?
ou descarte outra opção
diante do medo
meu sentimento é outro
quem já esteve diante da morte
sabe do que estou falando
a morte não tem face
mesmo assim ela te encara
olho no olho
e você não tem a quem desmascarar
por isso meu amigo
quando a morte vier
não tenha medo
abra bem os olhos
para outros sentimentos
e continue a dormir
CARTA SEGUNDA
se pudéssemos
representar graficamente o tempo
ele teria a forma de um não
não este não comum
redondo
que te impede
mas o não vasto
que te bifurca
e te empurra
em direção ao sim
que não procuras
CARTA TERCEIRA
com aquela proposição deísta
não descartei Descartes
a dúvida de Deus é o seu vir-a-ser e, não sendo, não pode ser
passada a dúvida
Deus torna-se pensamento ou sentimento
a dúvida de Deus confunde-se com a do homem
afinal, segundo as escrituras,
este não é feito à sua imagem e semelhança?
ou o pensamento e o sentimento
possuem outro significado no plano divino?
que imagem e semelhança é essa
sem a aflição e a angústia da dúvida?
somos consequência da dúvida de Deus
ou Deus é a causa da nossa dúvida?
ou descarte outra opção
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
terça-feira, 6 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
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TUTANO
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