a esta regra convém
manter
cega a luz
até que o seu tato alcance
as frestas
espalhadas pelo corpo e
fuja
a esta regra convém
manter
cega a luz
até que o seu tato alcance
as frestas
espalhadas pelo corpo e
fuja
pouco resta antes do fim
e a esse pouco o fogo
depois as cinzas envelopadas
remetidas ao esquecimento
o que sobra do morto além do corpo
os pratos sujos
os musgos nos cantos do banheiro
um espelho partido pendurado na porta do armário
sapatos mofados
roupas tão puídas quanto a vida
páginas virtuais inacessíveis
senhas perdidas
conversas que nunca mais serão ouvidas
móveis obtusos
palavras e tintas
sentimentos que nunca mais serão demonstrados
e o silêncio pelo mundo repetido
com vagar demonstro o meu ódio
arranco as pétalas curtas
as longas me engolem
das casas plantadas entre os jardins
pessoas infladas aguardam do céu
um azul possível navegar
tá difícil o mundo quando parece que vamos engolir destempera e em seu lugar vai a nossa carne a parte longe dos ossos p...