sábado, 17 de novembro de 2007

a flor da pele e seus laços
nenhum arbusto é calmo
toda folha tem seu fim
é vasto o segredo de um abraço
há lábios
pulsos vários
poços inúteis
desenlaces
mesmo assim
não deixe para o fim
ângulo raso

daí não dá pra ver meu rosto
a poesia escorre pela face
onde termino onde começo
esse é o meu disfarce

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

poema da libertação

não sinto o que quero
sinto que não quero sentir

quem me morde
não me marca
nem me mastiga
sequer me engole

quero que me esqueçam
necessito que me esqueçam
mas o que me cala
crava minha sombra
na palavra
VANINA



suicidou-se no meu banheiro
onde não havia espelhos
não viu o que fez
nem as dores
que o espelho sente
quando reflete

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

guarda-chuva

sobre as nossas cabeças
nuvens de concreto
formas diferentes em cada ângulo
carneirinhos pulando raios
sonho acordado de bailarina
abro o guarda-chuva sem pressa
deixo a primavera fugir
meu corpo me orienta
enquanto chovo
pessoas são poças
onde posso existir

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

FAXINA

deu-se que deus
me deu o dom da
blasfêmia

declinei
prefiro jogá-lo sob o tapete
como faço com todas as
coisas sujas que
encontro pela casa

IMUNIDADE

minha baixa imunidade não me permite tocar as palavras esse meu silêncio pelo que me lembro antecipa meus ossos   gostaria de ve...