quinta-feira, 5 de novembro de 2020

A GAITA DE VÓ LUZIA

 o cuspe de vó luzia

tinha gosto de cana

de coco

tinha gosto de saudade

do interior perdido na janela

o sopro da gaita em minha boca

o ar na mão do tamanho do mundo

a infância não tem fundo

quando temos sorte

escorregamos até chegar aqui

nessa parede ancorada na morte

Um comentário:

Iri Freitas disse...

Poema lindo e com a delicadeza envolta no perdido sopro que no flutua no ar da saudade.

VELOCIDADE

  a vida corre mais rápida que nós   precisamos encontrar a velocidade da flor e ficar