poetas
fingem destinos
criando o
que ninguém vê
cobrem de
palavras
o sopro que
apaga o silêncio
poetas
fingem destinos
criando o
que ninguém vê
cobrem de
palavras
o sopro que
apaga o silêncio
independente
da sobra
a flor de
capim
nasce entre
os passos
tal qual um
fruto sem memória
amarela
exala a sua
raiz
em direção
ao fim
respiro
fundo
caminho
olhando para o alto
inutilmente
a nuvem
tenta esconder
o azul do
céu
abismos me
temem
ou os que se
abriram
me recebem
como pedras
risco com
fumaça as artérias
o que o vizinho faz
com a minha
angústia
não me diz
respeito
abro o peito
na esperança
da fuga
do coração
enjaulado
debalde
ele se
esconde
no lugar
onde não existo
poetas fingem destinos criando o que ninguém vê cobrem de palavras o sopro que apaga o silêncio