terça-feira, 14 de abril de 2009

CEGUE DORES

para G.Vieira

segui os passos do mundo
me desencontrei
me vi chegando absurdo
me calei
aos passos
sapatos do destino
grosso intestino
me aprisionei
aos poucos
soldei o pranto
à face perdida
me retirei
segui amores
curtume invertido
couro de flores
estiquei
sofri dores
cores de fato
luzes do tato
ceguei
seque dores
a mola que me empurra
amola minha ausência
me cortei

Um comentário:

Anônimo disse...

porra, cara!
dois num mesmo dia!
geni vieira?
assim o nego véio num guenta.
apenas estranhando os poemas longos,
lembro sempre do primeiro poema que você me mandou:
"há um milhão de anos-luz
distante
tu arranhas o meu âmago
e há um passo?"
é assim?
manda ele pra mim, ou outro,
quero postar no bloguinho.
abraços

DEPOIS QUE MORREM

  sei para onde vão as mães depois que morrem a saudade forma um túnel e a luz que vem em sentido contrário as transformam em cinz...