quarta-feira, 28 de novembro de 2012

ESTAÇÕES

um verão não dura a vida inteira
mas o terno do inverno
foi costurado com a minha pele
dizem que é mais profundo
cuspir o outono
ou mostrar seus dentes
entre as salivas
mas os dentes estão pendurados
entre as pétalas inacabadas
isso não faria nenhuma primavera sorrir
desnecessário supor que as cores
vão se entregar sem algo em troca
uma escuridão do tamanho do agora
ou uma claridade sonora
tanto traz coragens e derrotas
pouco restou de mim antes dos fatos
trapos e ossos contorcidos entre os trilhos
feitos com meus nervos e meus gritos
antes de pousar nas estações
corto o céu como um deserto
sem fazer sangue sem fazer dores
apenas amenas cicatrizes


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