o cão lambe a ferida
como se lambesse um prato de comida
é o que lhe resta no final da tarde
num lugar isento de entulhos
asséptico
repleto de automóveis
humano
a língua tenta
conversar com a dor na perna
mas só entende que há algum sabor
no modo como ficará secando ali
o mundo asséptico
espantou as aves de rapina
os vermes
voltar à estrada
misturar-se ao asfalto
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VELOCIDADE
a vida corre mais rápida que nós precisamos encontrar a velocidade da flor e ficar
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todo mundo dói no meu sexo labirinto sem segredos todo sexo dói no meu mundo
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