terça-feira, 5 de março de 2013

REGA

a pele da dor
é a mesma
aqui
em Katmandu
em Copenhague
a água que utilizo
para regar a planta
poderia estar sendo utilizada
para lavar o ferimento de alguém
matar a sede de alguém
a planta grita numa freqüência
fora do alcance da nossa audição
as pétalas abertas num grito
que não entendemos
grita para que água pare
de afogar sua vontade de secar

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FOLHAS SOLTAS

  raramente grampeio as páginas deixo as folhas soltas espero o vento   quem sabe palavras venham junto