terça-feira, 8 de janeiro de 2013

VASOS

meus vasos linfáticos enfeitam a sala
seu líquido encobre o material de que é feito
ninguém pergunta pelas estranhas plantas
nem pelo forte cheiro
simplesmente invadem a casa
e se acumulam entre a varanda e o quarto
não trouxeram nenhum sentimento
apenas o mundo e outros acessórios
parecidos com os que carrego no peito
meu coração sabe tudo
mas insiste em bater na mesma tecla
não suporto mais essa música
guardo meus tímpanos num copo
desenho elefantes com o meu sangue
e os solto na sala

Nenhum comentário:

O POEMA NÃO É UMA CASA

  um poema não é uma casa não se exige um terreno onde possa fincar alicerces erguer paredes salpicadas de cimento nem concreto que ...