o outro lado
pela janela
pela janela
quem está por aqui debruçado
comendo o tempo
cuspindo cada momento
o mundo arregala os olhos
pensando que enxerga tudo
o mundo e os seus
olhos inúteis
iguais aos meus
eu e o mundo
debruçados na janela
dividimos a
paisagem comum
a inútil paisagem
boiando em nossos olhos
trocamos nossas distâncias
cantamos silêncios em coro
para não revelar nosso choro
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