sexta-feira, 10 de maio de 2013

JANELA DO MUNDO

o mundo espia 
o outro lado
pela janela

quem está por aqui debruçado 
comendo o tempo
cuspindo cada momento

o mundo arregala os olhos
pensando que enxerga tudo

o mundo e os seus 
olhos inúteis
iguais aos meus

eu e o mundo
debruçados na janela
dividimos a 
paisagem comum

a inútil paisagem
boiando em nossos olhos

trocamos nossas distâncias
cantamos silêncios em coro
para não revelar nosso choro

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