terça-feira, 17 de abril de 2012

CHÃO ANÔNIMO

da superfície o que resta
demonstrações de delírios
e seus desencantos
paredes parecidas navegadas
leituras da carne em braile
olhar-me e confirmar inexeqüível
olhar-me sem encontrar nos meus olhos
a perda do plano
confiar no escuro
como os olhos confiam
no amontoado de vãos
confiar nas palavras
como os pés confiam
no anonimato do chão

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