quinta-feira, 24 de abril de 2014

O CAVALO DESCANSA NA PRAÇA

na praça não tão pública
um cavalo descansa
assim me sinto
a mão sobre o asfalto quente
o sol entre as unhas
a vida apertando a cintura
a sela do cavaleiro imaginário
com o qual converso
um idioma formado de desculpas
e outras consoantes mais claras
ele responde mas não escuto
ouço apenas o meu suor
que sustenta anteparos
o ataque vem por dentro
como todo bom ataque
o inimigo quase parecido comigo
quer a minha morte aos pedaços
eu a pronuncio completa
meu ponto final num coágulo


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BEIRA DO LUGAR

vou aonde me cabe onde me sobra aonde me cobra estar por fora vou aonde me acende onde me entende onde me aguarda estar ausente vou aonde me...