terça-feira, 5 de novembro de 2013

NO BOLSO DA MORTALHA

nos bolsos da minha mortalha
cacos de vida
outros objetos preenchem a gaveta
como as marcas dos meus pés
criarão algum caminho
entre a tarde agachada sob o vento
e a noite esfolada pela escuridão
o suor desenha um mapa em minha testa
o mapa do inútil esforço
de tentar mover o corpo
gostaria de sentir o gosto da liberdade
minha língua é falada em outro canto

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BEIRA DO LUGAR

vou aonde me cabe onde me sobra aonde me cobra estar por fora vou aonde me acende onde me entende onde me aguarda estar ausente vou aonde me...