quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

DIGITAIS DO TEMPO

os cabelos da minha avó
derramam-se sobre a minha vontade

pirulito de açúcar mascado
cores de fugas folhagens
oitizeiro tatuado nas digitais
do tempo me perdi
de ontem não alcancei

a saudade embaça
as coisas que desejo
pegar com o tempo
esse jeito do tempo
olhar para trás
sem precisar de olhos
sem que as coisas estejam
nos lugares devidos

os cabelos da minha avó
colados na testa do tempo
formam um desenho
que eu não consigo desvendar

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FOLHAS SOLTAS

  raramente grampeio as páginas deixo as folhas soltas espero o vento   quem sabe palavras venham junto